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Miami

Como sobrevivi a um furacão

Oi, gente, tudo bem?

Hoje vamos falar de coisas inusitadas que acontecem em viagem. Eu dou muita risada da história, mas muita gente ainda me pergunta então eu resolvi escrever aqui sobre.

Sabe aquele tipo de situação surreal que você nunca imagina que vai passar? Pois bem, isso aconteceu comigo em Miami, em outubro do ano passado. Eu estava visitando a cidade, e de repente o choque: aviso de furacão! Era o Matthew que iria chegar com tudo.

E sozinha, na rota do furacão, vi marido, família e amigos ficarem loucos, enquanto eu estava estranhamente tranquila.

Como tudo começou

Estava eu em Miami com um grupo de jornalistas da Argentina e Espanha quando no segundo dia de viagem ouvimos dizer que o furacão Matthew estava se aproximando da costa. A moça da Espanha surtou completamente. Os argentinos faziam piada. E eu não sabia muito bem o que pensar, mas no geral estava calma.

Os moradores de Miami nos falaram que apenas estavam observando a movimentação do furacão, mas que não era para a gente se preocupar. O hotel era preparado para eventuais acontecimentos naturais, e a gente estava à salvo. E eu achando que era preocupação demais, afinal olha como estava o dia! Na minha cabeça um dia que antecedesse um furacão seria tipo um apocalipse, sabe? E não um dia bonito de sol e mar azul.

Mas foi aí que me enganei.

Estamos na rota do furacão

Deu em todos os jornais: estávamos na rota do furacão Matthew.

Furacões são bem frequentes na Flórida. Só que na nossa cabeça de brasileiro que não sabe que é furacão, a gente acha que todos eles são iguais ao Twister. Então quando alguém fala que estamos na rota de furacão, a gente logo imagina a vaquinha voando. E as palavras do governador da Flórida não ajudaram muito quem queria se acalmar. Ele disse, com todas as letras “preparem-se para o pior e rezem pelo melhor”. Sério. Sem tirar nem por. E a população ouviu.

Em frente ao nosso hotel tinha um Walgreens e um Publix. Fui lá comprar água e algumas coisas para comer, no caso de precisar ficar trancada no hotel, por causa do furacão, e ali começaram as cenas de filme. Praticamente não tinha água, pão e algumas comidas básicas no mercado. O pessoal realmente estava se preparando para ficar dias em casa, caso fosse necessário. O governo indicava que cada casa tivesse água e mantimentos por pelo menos 15 dias, então imagina a loucura?

Eu comprei o suficiente por três dias, mas porque eu realmente não gosto de ficar sem água e comida em lugar nenhum. O gerente do hotel, o Atton Brickell Miami, falou que estávamos em um dos lugares mais seguros de Miami, e durante a noite foi entregue no nosso quarto uma carta onde eles tranquilizavam à todos os hóspedes dizendo que teriam comida e água, e que estávamos seguros. Eu amei mais ainda o Atton Miami naquele momento.

O Dia D

No dia em que o furacão Matthew chegaria à costa americana, depois de fazer estrago na América Central (isso inclui um rastro de centenas vítimas no Haiti), a gente mudaria de hotel. Não foi nada emergencial, já estava programada nossa ida para o EB Hotel, e só antecipamos por uma hora por questões de segurança. Toda nossa programação foi cancelada, porque tudo fechou – escolas, aeroporto, hospitais, shoppings, tudo. E para um shopping fechar nos EUA é porque o negócio era sério!

À essa altura do campeonato já tinha uma porção de pessoas desesperadas no Brasil. Minha mãe, meu marido, meu pai, a Naira e mais uma dezena de amigos. Recebi mensagens de gente pedindo para mandar notícias e me cuidar. Recebi mensagem de gente que mora nos EUA me oferecendo casa se eu precisasse fugir de Miami (obrigada, Flávia!). Teve de tudo.

E quando eu fiz uma video-chamada com a minha mãe mostrando quão preocupada eu estava com furacão – de pijama e roupão do hotel só nos bons drinks – ela quis me matar.

O que aconteceu no final é que ele desviou da costa, se afastando um pouco da costa americana. O furacão que atingiria Miami foi para o mar e assim os moradores da Florida, Georgia e Carolina do Sul, que tiveram que evacuar suas casas por questão de segurança, puderam voltar com tranquilidade.

E nossa agenda seguiu, porque no dia seguinte as coisas reabriram.

Miami

O que fazer em caso de furacão?

Se eu falasse que fiquei sem medo todo o tempo, estaria mentindo. Só que ao invés de entrar em pânico eu resolvi tomar algumas atitudes para o caso de alguma emergência.

Então vou deixar aqui uma lista do que você pode/deve fazer no caso de uma situação como essa.

  • Coloque aparelhos celulares e baterias externas para recarregar. Se a luz acaba, você pelo menos tem um bom tempo de bateria extra.
  • Anote o telefone do consulado/embaixada brasileiro. Em caso de emergência, você tem para onde correr.
  • Tenha alguns mantimentos não-perecíveis com você, como água engarrafada, barrinhas de cereais, pães e tudo que possa matar a sua fome – incluindo uns chocolates para a ansiedade!rs
  • Deixe pronta uma mochila com documentos, remédios, dinheiro e uma muda de roupas, caso precise sair às pressas de onde você está.
  • Ligue para a companhia aérea para confirmar seu voo antes de se dirigir ao aeroporto. Ele pode ter sido alterado!
  • Mantenha amigos e familiares informados de sua situação sempre que possível. O coração deles fica à mil!
  • A mais importante de todas: não entre em pânico. Sei que é uma situação que a gente não está lá muito acostumado, mas o pânico só vai interferir negativamente na situação.

No final aproveitei para esticar uns dias a mais em Miami (meu voo foi um dos que sofreu alteração!), e voltei sã e salva com mais uma história para contar. Engraçado que no dia seguinte nem parecia que tinha tido furacão nenhum – os reflexos estavam no aeroporto lotado de gente que queria embarcar em voos que tinham sido cancelados. Mas até aí tudo bem! Aproveite para relaxar um pouco mais na cidade.

Alguém já passou por alguma situação desse tipo? Como reagiu?

Beijos


Daniele Polis

Paulista e Paulistana, sou louca por viagens, fotos, moda, sapatos e compras. Já carimbei o passaporte em 15 países, e estou sempre de malas prontas para viajar. Também escrevo no Dani Polis.

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1 comment on “Como sobrevivi a um furacão

  1. Tivemos nosso “primeiro contato” com furacão em Orlando – 2012, e lembro de termos ficados bem assustados e hoje temos história para contar do Isaac (rs)

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