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Vistos e Imigração

por Daniele Polis
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Toda quarta feira, às 21 horas, acontece o Chat de Viagem no twitter. Eu adoro participar porque sempre aprendo coisas novas, ou compartilho o que já sei. E o de ontem me inspirou a escrever esse post.

O tema da Chat de Viagem desta quarta-feira foi “Vistos e Imigração“. Um assunto que muitas vezes assusta e confunde muita gente. Já cansei de ouvir “posso ir aos EUA sem visto?” ou “como tiro visto pra Europa?”. Então eu resolvi vir aqui contar um pouquinho da minha experiência pra quem não conhece, tem curiosidade ou já conhece e pode agregar mais informações.


Primeiro vamos à algumas dicas bem práticas e que servem para todos os destinos internacionais:1- Verifique sempre a documentação necessária. Para alguns países são necessário documentos específicos, como visto, por exemplo. Na maioria deles é necessário o passaporte válido por mais de seis meses.

2- Preencha sempre corretamente o formulário. Leia, releia e depois preencha. Se rasurou, refaça.

3- Sempre tenha postura para falar com um oficial de imigração. Em nenhum órgão público no Brasil você chegaria falando alto, fazendo bagunça ou sendo mal-educado, né? Por que você o será no órgão público de outro país? Além disso, camisetas de cunho racistas, religiosos e com estampas que representam ideologias radicais não são indicadas também.

4- Verifique se o país exige alguma documentação especial com antecedência. Alguns países exigem vacinação contra febre amarela, que deve ser tomada 10 dias antes da viagem, e o certificado internacional de vacinação. Eu conto como tirei a minha aqui.

5- Respeite sempre o oficial de imigração! Você está no território deles, lembre-se sempre disso.


Claro que cada caso é um caso, mas isso serve para modos gerais. E, apenas para referência, vou deixar aqui depoimentos de alguns países que passei. Sempre é importante ter a opinião de quem passou por isso pra gente saber o que vai encontrar pela frente, né?

Argentina:
Na primeira vez em que fui lá, em 2007, eles só olharam o passaporte, carimbaram e pronto. Pensei que ia passar na alfândega, raio-x, essas coisas todas e nada. Hoje não mudou muito o processo,  eles conferem os dados no formulário preenchido, o documento (que pode ser passaporte ou RG) e te liberam por 90 dias. Não é um lugar aonde você vai ter problemas.

Canadá:
A cordialidade canadense me ganhou já no aeroporto de Montreal. Foi a primeira vez que tinha visto um funcionário da imigração sorrindo!  Ele fez algumas perguntas de praxe, que respondi cordialmente. Ele me desejou uma feliz estada no Quebec e que eu gostasse da província.  Não sei se vale pra todo o Canadá, mas em Montreal a conversa com o oficial poderia ser feita em inglês ou francês.

Catar:
Pisar no Oriente Médio é abrir sua cabeça pra outra realidade. E isso começa quando na fila você é dividido entre: moradores do Catar, países árabes e estrangeiros feminino e masculino. Sim, você não leu errado. No Catar o machismo é tão forte que mulheres não podem falar com homens. E não importa se você é muçulmano ou não. Eles não trocam muitas palavras na imigração; conferem mais nomes com a documentação preenchida e te liberam sem grandes problemas.

Colômbia:
A imigração na Colômbia foi a mais bizarra da minha vida, com certeza.  Primeiro que quando você chega, se está em trânsito, eles sequer carimbam seu passaporte. Ou seja, não sei como eles fazem o devido controle alfandegário.  Quando fomos embarcar aos Estados Unidos, eles checaram passaporte, visto e toda a bagagem de mão. E quando eu digo toda é toda mesmo: eles tiram tudo da bolsa, abrem todos os bolsos possíveis e pra se ter uma ideia até o Kit Kat que comprei no free shop foi quebrado e cheirado pela fiscal da alfândega. Mas isso só valeu para a ida aos EUA, para a volta ao Brasil não rolou nada disso.

EUA:
Sem dúvida a imigração mais chata do mundo! Tirar sapatos e objetos metálicos todos, passar por raio-x (você e sua mala!) e os funcionários da imigração tem a cara fechada, em sua maioria. Fui dar um bom dia pro oficial da imigração quando fui a primeira vez, e tudo que ganhei foi um olhar de recriminação. Responda as perguntas de forma bem concisa e com segurança, sempre! Assim se evita questionamentos desnecessários e demorados.

Agora, se você for viajar de trem, prepare-se para outra totalmente diferente: a imigração é feita dentro do trem, na primeira cidade após cruzar a fronteira entre os dois países, com oficiais que fazem perguntas simples, são muito mais simpáticos e você faz sentado! Fiquei chocada, eu confesso. Pensei que iria passar por outros agentes quando chegasse em Nova York, mas sai direto na estação. Amei viajar de trem.

Espanha:
Confesso que foi a imigração que mais me deu medo na vida! Devido ao alto número de brasileiras que foram mandadas pra casa sem muito motivo, fiquei com medo de entrar nas estatísticas, mesmo tendo toda a documentação. O oficial fez perguntas simples, perguntando se eu tinha alguém morando lá ou quanto tempo ficaria. Mas não pediu pra ver nenhum documento. A minha amiga estava atrás de mim, e pediu ajuda pra falar com ele, por insegurança, e ele até brincou dizendo que não iria deixá-la entrar no país. Mas ganhamos nossos vistos sem problema.

França:
Na volta de Londres para Paris, fizemos a imigração em St. Pacras, a estação de trem de Londres. O oficial carimbou o do Dre sem fazer nenhuma pergunta, pra mim foi o contrário: após olhar meu passaporte e folhear todas as folhas verificando vistos e carimbos de imigração, ele perguntou o que eu faria em Paris, e quando respondi que pegaria um voo pra Roma, ele me perguntou quanto tempo ficaria lá. Respondi tranquilamente, e ele se convenceu das respostas, mesmo que fazendo careta. Eu tinha todas as reservas comigo para mostrar, se fosse necessário, mas não foi necessário. Ele autorizou minha entrada e não tive grandes problemas.

Inglaterra: 
Fomos de trem de Paris a Londres, e a imigração foi feita na própria Gare du Nord, a estação de trem em Paris. Nos foi dado um formulário de imigração para que preenchêssemos com nossas informações pessoais, dados do trem e onde ficaríamos em Londres. O oficial fez algumas perguntas de praxe (quanto tempo iríamos ficar por lá, se era nossa primeira visita, afins. Autorizou nossa Entrada sem maiores problemas.

Itália:
Chegamos por Roma para pegar um voo de conexão para Paris. Talvez seja por isso que tivemos uma imigração tão tranquila. O agente pediu nossos cartões de embarque do próximo voo, e passaporte. Autorizou nossa entrada sem maiores problemas. Um senhor que estava na nossa frente, que pegaria um voo pra Milão, teve uma série de documentos e reservas solicitadas, para conferência. Portanto tenha sempre certeza que vai viajar com tudo!


Cada pessoa vai ter uma experiência diferente, claro.  Entrei na Europa pela Espanha, então não precisei refazer o processo de imigração por cada país que passei. Para permanência de até 90 dias na Europa não é necessário visto; mais do que isso é preciso de um visto emitido pelo consulado do país em questão.

Não se entra nos EUA e no Canadá sem visto. Para entrada no México o visto americano é válido, ou você pode tirar o mexicano também. Recentemente foi dada a isenção de visto para brasileiros que vão à Rússia, e para ir à Austrália você pode solicitar online. E fique atento, pois a forma de tirar o visto americano mudou!

No Mercosul (Paraguai, Uruguai e Argentina) é possível entrar somente com o Registro Geral (RG), caso você não tenha passaporte. Outros documentos não são válidos para entrada e atenção: o RG deve ter menos de 10 anos de expedição. Para outros países, passaporte válido é necessário.

Eu sei que o post ficou enorme, mas ele vai esclarecer dúvida de muita gente! E se você ficou com alguma, deixa ai na caixa dos comentários que a gente tenta ajudar! 🙂


imagens: Jerehy | Siemens

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